quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quem agride


 

















Na maioria os agressores são homens (67,4%), cônjuge e/ou ex-cônjuge da vítima. Não há estudos psiquiátricos explícitos em relação aos agressores, no entanto, considera-se válido que os agressores dividem-se entre portadores de: Transtorno Anti-social da Personalidade, Transtornos Explosivo da Personalidade (Emocionalmente Instável), Dependentes químicos e alcoolistas, Embriagues Patológica, Transtornos Histéricos, Também existem transtornos da personalidade, tais como, Paranóia e Ciúme Patológico.



O Mundo das Crianças na Violência Doméstica


 



















Quando falamos sobre violência doméstica, pensamos normalmente na mulher como sendo a vítima preferencial de um homem que é o agressor. Este quadro, inserido num espaço doméstico, não exclui a presença de crianças.
Estas são as vítimas no presente e a longo prazo da violência doméstica. A criança projecta-se no futuro e aquilo que vê na sua infância, o que sente e o que sofre, física e psicologicamente, marca-a indelevelmente e para todo o sempre.
Pensa-se que cada agressor esconde uma meninice atormentada pela violência doméstica mas nem sempre uma criança maltratada será um agressor. Quantas pessoas, vítimas de maus-tratos, não são cidadãos exemplares quando adultos, que tentam ao máximo sublimar o seu sofrimento precoce? Muitos deles até serão bons pais tentando não repercutir no seu quotidiano, junto dos seus próprios filhos, comportamentos agressivos que possam perpetuar condutas desnecessárias, porque sinónimo de violência doméstica.
        A criança que vê a sua mãe a ser batida e que na sua pequena estatura tem um estatuto diminuto face ao agressor, revela a impotência de um Ser que, por muito que queira agir para defender a sua mãe, arrisca-se também a ser humilhado no seu mais intimo coração: a sua dignidade. 
Ouvi uma vez uma história de uma menina de três anos que se pôs em cima de um banco para dar uma chapada ao pai que discutia com a mãe dela. Neste gesto de “arranjar altura”, encontra-se o desejo de cada criança em ser momentaneamente adulta para resolver o “seu” problema assim como também para resolver o problema “deles”, dos pais.
        Quantas crianças não deixam de o ser precocemente pela necessidade de, ao constatarem um sofrimento atroz á sua volta, de insultos, chantagens, pancada, gritos e choros, tentarem ser as “mães” e os “pais” das suas casas.
Este facto nota-se principalmente quando a criança é a mais velha dos irmãos. A responsabilidade que tem para resolver o problema que se lhe coloca, o de tomar entre as suas pequenas mãos, o destino do “seu mundo”, traz-lhe rugas marcantes, no rosto pequeno e sensível e numa alma infinita.
        É assim que muitas vezes deparamos com “crianças sábias”, que num gesto curto fazem comportamentos marcantes e reveladores de uma grande experiência de vida. Não deveríamos consentir nesse roubo de Infância. Será necessário repensar todo o mundo afim de que as nossas crianças possam não testemunhar o acabar dos seus sorrisos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tristeza : Violência Doméstica

Saí a correr, não havia muito mais a dizer apenas muito a sentir, esbarrei-me nas escadas, tropecei, caí e conseguiste alcançar-me, agarraste-me na perna e como quem não quer saber espetaste-me dois murros, simples para quem lê complexo para quem sente. Foram dois murros na face, foram dias e dias a olhar o meu rosto no espelho.
Só uma noite, uma noite apenas e tudo se tornou nesse Inferno que passou a ser a minha casa, a nossa casa.
Quando soube que ias de férias fica radiante, o clima estava demasiado pesado, precisávamos de um tempo, talvez não me quisesses levar mas quiseste afinal nada to impedia de fazeres, sou tua mulher tu és meu marido e desde o casamento que juramos fidelidade e companhia. Assim foi, fui contigo de férias, sempre com medo, não podia esconder o medo, mesmo depois de me teres dado mil e tal sorrisos, mesmo depois de termos tido noites de amor, mesmo depois de me teres olhado com o mesmo olhar com que me olhaste quando nos casamos ou quando me pediste em casamento, eu não pude deixar de ter medo, porque o homem que me ameaçou, o homem que me esmurrou não era o homem com quem casei. Fui contigo, fui com o meu marido numa viagem longa até ao Algarve de carro, quase infindável, em que ouvimos música dos tempos em que ainda sorríamos juntos mesmo quando só interesse reinava e não havia nada mais do que isso, nem amor, nem paixão, só interesse. Ficamos instalados num hotel de quatro estrelas, vivias bem, és bancário e eu sorri quando vi todas as regalias que podia ter a teu lado; foram umas férias simples, entre praia, entre saídas à noite, entre tudo e só falharam as tuas frases ditas sempre com desdém, os teus olhares frios e calculistas, a tua mania de mandar em tudo e em todos que caiu sobre mim e me fez sentir tua escrava, escrava do teu poder. Fazia tudo o que tu querias, tudo para não sofrer, tudo para não estragar o que tínhamos construído até ali, foi tudo tão belo e tão lindo que eu não conseguia pensar em acabar com algo assim tão maravilhoso.
Respirei de alívio quando soube que iríamos regressar a casa, afinal eras um homem demasiado ocupado para conseguires ter umas férias sossegadas, uma viagem de regresso que fez com que entendesse que éramos apenas dois desconhecidos.
Quando chegamos a casa eu pousei as bagagens, subi as escadas, despi-me para o tão esperado banho relaxante depois de tantas horas de viagem, tu entraste na casa-de-banho e disseste "Hoje quero ter sexo contigo" e eu olhei-te durante os minutos seguintes sem perceber o que me querias dizer porque tu sabias que eu apenas sabia fazer amor; tu repetiste "hoje quero ter sexo contigo,já" e eu nada pude fazer quando me agarraste me encostaste à parede e sem compaixão me penetraste mesmo ouvindo as minhas lágrimas, mesmo ouvindo os meus silêncios de dor, tu rias alto como nunca te ouvi rir e no final deste-me dois estalos, empurraste-me contra a banheira e disseste "Lava-te! Lava-te por eu não quero cheirar-me em ti".
Eu não te conheço, eu não sei quem tu és, tu já não és o meu marido e eu não sei se conseguirei suportar isto muito mais tempo, é difícil, amo-te demais e se te disser que ficamos por aqui eu sei que o que me espera talvez seja uma valente porrada, tenho medo, muito medo de acabar com isto. Parece simples pegar nas minhas coisas e ir embora, não temos filhos mas eu também não tenho pais, sou órfã, nós temos uma vida em conjunto, tu és bancário e eu nunca trabalhei . Tenho medo de começar a minha vida, tenho receio de sair daqui desta casa onde sempre me fui.
Para onde é que vou?
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=18053

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A MULHER

Um ser humano uma mulher 
Tem sentimentos apurados 
Mais sensível que um homem qualquer 
A avó, a mãe, a filha, a amante 
Por vezes a secretária 
Eis a fusão de sentimentos da mulher 
Sua sensibilidade, sua humanidade
 Complementam a amizade que se quer 
Quando homem e mulher se unem 
Há dois corações
A princípio amantes que se fundem 
Na cordialidade
Devem cultivar um grande amor 
Amor de humanidade  
Poderá fenecer o amor
 Nunca o sentido da humana lealdade 
Conjugaram-se homem e mulher
Que nunca falte sinceridade 
Podem acabar os amores carnais 
Jamais o amor de humanidade
 Há mulheres que também usam rebeldia 
Tanto ela como ele 
Terão presente uma mente doentia 
Será necessário 
 Ter o sentido do humanismo em dia 
Acabar o amor hoje, não dispensa 
Se pense na sensibilidade do amor de outro dia
 Homem e mulher juntos formam uma unidade 
Biologicamente diferentes, é certo 
O fim deve ser amar até a eternidade 
Excluam-se violências 
Faltas de humanidade
 Não pactuemos com um mundo onde 
Prolifera a insanidade, quiçá a maldade 
A mulher a sofrer as loucuras
A doentia desumanidade


http://comunidade.sol.pt/blogs/mitalaia/archive/2009/12/04/POEMA-MULHER-E-A-VIOL_CA00_NCIA-DOM_C900_STICA.aspx

NÃO SE DEIXEM OPRIMIR!!!

Ser cobarde não é apenas não amar com medo de sofrer
Não é apenas viver com medo de morrer,
É sim, não amar, não viver, simplesmente batendo na mulher,
Ser de grande fragilidade, ser de grande preciosidade
Que deve ser tratado como qualquer outro pertence de “valor”,
Com a diferença que este valor tem sentimentos e sente dor
Quando é tratado como um saco de porrada
Por um homem sem consciência
Dominado por raiva, revolta e violência
Descarregando toda essa fúria diante de um ser inocente
Que é obrigado a levar uma “sova” valente
De um machista que pensa que a mulher é uma bola
Que deve ser chutada e encostada a um canto quando lhe der na “tola”…


http://tmproducoes.blogspot.com/2007/01/violncia-domstica.html

Violência Doméstica - Testemunho

Sofia (nome fictício) passou por uma experiência marcante, durante um ano. Não consegue ainda hoje, compreender como caiu na teia daquele homem. Ao princípio quando o conheceu na empresa onde trabalhava, nunca podia imaginar que a sua vida, se iria tornar num inferno!
Ela era Assistente Administrativa e ele passava muitas vezes por perto, quando ia ao departamento de logística. Sorria com aquele sorriso, que a desarmava por completo e os seus olhos azuis brilhavam quando encaravam os de Sofia.
Estes olhares e contactos foram sucedendo atrás uns dos outros, até que um convite para café surgiu. Parecia ser o homem mais doce que tinha conhecido até aquela altura. Estava sozinha há três anos e tal e nunca mais tinha despertado para nenhuma paixão.
Em poucos dias já estavam a viver juntos. Deixara a sua casa, os seus planos de viver com os pais, pois estavam a ver de casa, para que quando quisessem vir do Alentejo, ficariam com ela. Vendeu e deu algumas coisas que tinha e juntou-se a ele. Vivia com ele e duas filhas adolescentes.
Entregou-se de corpo e alma a uma vida que não era a sua. A ânsia de ter uma família fazia-a crer que podia ser feliz!
Poucos dias depois de estarem a viver juntos, António começou a demonstrar que era machista. Controlava-lhe as conversas com os familiares e amigos e não podia sequer atrasar-se do trabalho para casa, que para ele já ficara na conversa com alguém.
Ao princípio, Sofia até achava graça à perseguição, pensava que os ciúmes que ele demonstrava, era sinal que a amava. Mas com o tempo percebeu que eram doentios.
A vida tornou-se insuportável. Trabalhava fora e em casa. Ninguém ajudava. Sentia-se uma “lavadeira”. Ele nunca lhe dava valor e não percebia aquilo que ela fazia de bem a ele e às suas filhas. Constantemente chegava a casa mal disposto com o trabalho, adormecia no sofá e bastava Sofia tentar acordá-lo para ir dormir, arranjava maneira de criar uma briga, chamava-lhe todos os nomes a ela e à família. Se Sofia não o acordasse, era o mesmo. As agressões eram verbais e psicológicas. Desde lhe dizer que era mal comportada, que não valia nada até que era falsa e que não merecia nada. As físicas eram bofetadas no rosto, murros na cabeça e puxões no cabelo!
Esta mulher refugiava-se no seu cão, o seu mais que tudo, que várias vezes se escondia debaixo da cama, pois ele tentava fazer-lhe mal e o bicho com medo fugia.
Sofia saiu várias vezes e voltou várias vezes. Não compreende tamanha burrice. Dava-lhe sempre a oportunidade, pois queria acreditar na constituição da família. Uma imensidão de amigos e familiares ajudaram-na, sempre que queria sair, mas como voltava, deixou de ser ajudada e ninguém acreditava em si.
Ficou então prisioneira de uma casa e de um homem que lhe cortava as pernas e a deixava sem meios para nada!
Perdeu o seu trabalho, ficou dependente dele para tudo e sem dinheiro para nada. Não a deixava procurar trabalho e se tinha alguma entrevista havia discussão.
E o tempo foi passando, as hipóteses de sair esgotaram-se. Não via uma porta aberta. Não tinha esperanças de nada. Aquele homem era um falso e só se preocupava com ele próprio. Quem o ouvisse falar, ele era a vitima e não tinha sorte com a as mulheres, até chorava, mas eram lágrimas de crocodilo!…
Um dia em esperar, abriu-se uma pequena janela e fugiu… Agarrou em meia dúzias de coisas e no seu “quatro patas” e rumou até à liberdade!
Ao fim de 2 meses de estar longe e escondida, sente uma Paz imensa e apesar de recomeçar de novo, do zero, acredita que vai superar!
Mudou de zona, mudou o seu número de telefone.
Sofia quer apagar para sempre aqueles tempos e hoje sabe que poderá ser feliz de novo, pois nem todos os homens são como António.


http://cpoesia.esenviseu.net/index.php?option=com_content&task=view&id=576

Texto argumentativo sobre a violência doméstica

"Hoje diz-se que o Homem e a Mulher vivem numa sociedade moderna, civilizada, justa, onde todos em conjunto usufruem dos mesmos direitos e privilégios.
No entanto, em muitos lares, a violência doméstica ainda é um problema que afecta crianças, idosos, mas sobretudo as mulheres. Elas são as maiores vítimas nas mãos dos seus maridos, companheiros, que as agridem com murros, pontapés, que as insultam e humilham, que as forças a torturas sexuais, só porque se julgam donos dos seus corpos e almas. Estes homens cruéis e desumanos não se lembram ou não querem lembrar-se que a violência doméstica é crime. Para eles, as suas mulheres são apenas meros objectos que eles utilizam a seu belo prazer e quando estão fartos as deitam fora.
No meu ponto de vista, a mulher de hoje, deve ser encarada da mesma forma que o homem, ela não pode nem deve ser vítima de qualquer violência, seja ela, física, sexual ou psíquica. Ela não pode ser violentada nos seus direitos, de mulher, de esposa, de mãe e de trabalhadora. O seu trabalho deve ser merecedor do mesmo respeito que o do homem. E se ela se vir humilhada e insultada, deve recorrer de imediato ao tribunal da sua localidade de residência, para que este a possa, defender nos seus direitos e deveres.
Nenhuma mulher se pode calar perante a fúria do Homem. Mas antes deve defrontá-lo e mostrar-lhe que, embora vivam na era dos Robots, ela não é nem nunca será a sua escrava do lar."


http://mensagem-07.blogspot.com/2009/04/texto-argumentativo-sobre-violencia.html

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Papai ... Dói



Meu nome é Chris,
Estou com três anos,
Meus olhos estão inchados ..
Eu não posso ver.

Eu devo ser estúpida,
Eu devo ser má,
O que eu poderia ter feito para 
Meu pai ficar tão bravo?

Eu gostaria de ser melhor,
Eu desejo não estar tão feia,
Então, talvez a minha mãe,
Será que ainda querem me abraçar.

Eu não posso fazer algo errado,
Eu não posso falar nada,
Ou então eu fico presa,
Durante todo o dia.

Quando estou acordada,
Eu estou sozinha,
A casa está escura,
Meus pais não estão em casa.

 

Quando minha mãe vier para casa,
Vou tentar ser agradável,
Então, talvez eu consiga,
Uma noite só com chicotadas.

Acabei de ouvir um carro.
Meu pai está de volta
Do Charlie's bar

Eu  já ouvi ele amaldiçoando
Meu nome é chamado,
Eu me aperto,
Contra a parede.

Eu tento esconder-me,
De seus olhos 
Tenho tanto medo agora,
Eu estou começando a chorar.

Ele encontra-me a chorar,
Chama com um monte de palavras feias,  

Ele diz que tudo é culpa minha,
Ele sofre muito no trabalho. 

  Ele bate e bate
E grita comigo ainda mais,
Eu finalmente vejo-me livre,
E corro para a porta.

Ele já fez o bloqueio,
E eu começo a gritar,
Ele me leva e joga-me,
Contra a parede.

Eu caio no chão,
Com os meus ossos quase partidos,
E meu pai continua,
Com mais palavrões.

 "Sinto muito!", Eu grito,
Mas agora é tarde demais,
Seu rosto fica retorcido,
Em uma forma inimaginável. 

E magôa e chuta,
Novamente e novamente
Por favor, Ó Deus, tem misericórdia!
O por favor, faz isso acabar!

E finalmente ele pára,
E se dirige para a porta,
Enquanto eu estava ali, imóvel,
Esparramada no chão.

Meu nome é Chris,
Estou com três anos,
Esta noite meu pai,
Matou-me.